Controle populacional de animais de pequeno porte é discutido
• Abrigo do Clube Ecológico Canforeira tem capacidade para 50 animais, mas conta hoje com cerca de 150
Com o objetivo de achar soluções para o controle populacional de animais de pequeno porte (cães e gatos) reuniram-se na manhã da última terça-feira, 01 de março, membros da Administração Municipal de Mafra, do Clube Ecológico Canforeira e a Vereadora Carmem Lúcia Ruthes. A discussão foi sobre controle da população de cães e gatos por meio de cirurgias gratuitas de castração (animais de proprietários de baixa renda – até dois salários mínimos), além da realização de campanha de educação.
A tesoureira do Clube Ecológico Canforeira, Aglaé Lazzari Leite Bastos, abrindo a discussão, disse que uma possível solução seria a castração dos animais. "O Clube não recolhe mais animais de rua, pois não possui mais capacidade no abrigo. Estamos hoje com 150 animais e prezamos pela qualidade de vida deles". Para os membros do Clube, o ideal seria montar uma estrutura para castração de animais no próprio abrigo, no bairro São Lourenço.
Modelo
A Vereadora Carmem Lúcia Ruthes citou como exemplo um programa de Florianópolis bem sucedido na área de controle populacional. "Eles cadastram os animais na comunidade, castram, medicam e colocam um ‘chip' que armazena suas características", explicou Carmem. Segundo a vereadora o valor desembolsado para esta ação – castração, medicamentos e chip – seria de R$ 12.
A Presidente do Clube, Míriam Clara Schloegl, comentou que para tanto, é necessária alteração no Código de Posturas do Município, que até então, prevê eutanásia para os animais. "É um problema de saúde pública o abandono de animais. Temos de educar a população para a posse responsável", disse Miriam. Ela acrescentou ainda que é necessária a criação de uma lei, a fim de
Responsabilizar o dono do animal pelo abandono. "Com o uso do ‘chip', podemos identificar o dono ou origem do animal e assim aplicar as sansões da lei".
Para o Secretário de Administração, Rodney Luiz Medeiros, a criação de uma lei para este fim, não é simples, mas é possível. "O que podemos fazer no momento é o levantamento do que é necessário para criar um local para castração de animais", explicou o Secretário. Já o veterinário da Secretaria da Agricultura, Leonardo Navarro Cotrim sugeriu uma parceria entre o Município e a sociedade civil para fazer um centro de esterilizarão, no mesmo local do abrigo, utilizando cerca de 15m². "Precisaríamos de um veterinário, um auxiliar, um administrador e o local. Poderemos fazer até cinco castrações semanais. Em um ano, reduziríamos bastante a população de animais abandonados", disse.
Estrutura
Para encerrar a discussão, Rodney sugeriu três etapas. A primeira é fazer um projeto de engenharia para construção de um local para castração, a segunda é atualizar o Código de Posturas e a terceira buscar mais informações do programa de controle populacional de animais implantado em Florianópolis. "Essa é uma questão de saúde pública e juntos – Administração Municipal e sociedade civil – poderemos achar soluções para isso", ressaltou o Secretário.
A vereadora Carmem Ruthes se prontificou a ir junto com o veterinário da Secretaria da Agricultura e um representante do Clube Ecológico Canforeira à capital catarinense buscar mais informações sobre o programa.
Curiosidade
Um casal fértil de cães é capaz de gerar 67 mil descentes em seis anos (período médio considerado como produtivo) e 60 filhotes diretos. Segundo dados da World Society for the Protection of Animals (WSPA), são registrados 15 nascimentos de cães e 30 de gatos para cada humano no mundo.