Tuberculose: A luta contra a doença continua

 

 

  • Número de casos subiu em Mafra no ano passado

No dia 24 de março é comemorado o dia Mundial de Combate a Tuberculose, uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges.

No Brasil estima-se que, do total da população, mais de 50 milhões de pessoas estejam infectadas pelo bacilo da tuberculose. Foram 73 mil novos casos notificados em 2011 e 4,6 mil mortes em 2010. Em Mafra houve um crescimento no número de pacientes infectados pela doença, sendo notificados 14 casos em 2012, contra cinco casos no ano de 2011.

Para o prefeito de Mafra, é de fundamental importância que a população tenha conhecimento sobre a tuberculose, como é transmitida, seus sintomas, e principalmente sobre hábitos que resultem na sua prevenção. Outra questão fundamental é a vacinação das crianças, que devem ser imunizadas contra esta e outras doenças, explica ele.

Transmissão e Sintomas

A transmissão é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Somente 5% a 10% dos infectados pelo Bacilo de Koch adquirem a doença. Pessoas vivendo com HIV/Aids, diabetes, insuficiência renal crônica (IRA), desnutridas, idosos doentes, usuários de  álcool e outras drogas/tabagistas são mais propensos a contrair a tuberculose.

Na maioria dos infectados, os sinais e sintomas mais freqüentemente descritos são tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão e fraqueza.

Tratamento e Prevenção

O tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, sem interrupção, diariamente. São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos que utilizam o esquema básico: rifampicina (R), isoniazida (H), pirazinamida (Z) e etambutol (E). Os pacientes que seguem o tratamento corretamente são curados.

Para a prevenção da doença é necessário imunizar as crianças de até 4 anos, obrigatoriamente as menores de 1 ano, com a vacina BCG – que está no calendário de vacinação da rede pública de saúde da criança e a imuniza contra a tuberculose e também contra as suas formas graves. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. Outras informações podem ser obtidas na unidade de saúde mais próxima.

A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. A tuberculose não se transmite pelo uso de objetos compartilhados como talheres e chimarrão.

Histórico da doença

Segundo evidências, A tuberculose ainda é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. Está intimamente ligada à pobreza e à má distribuição de renda, além do estigma que implica na não adesão dos portadores e/ou familiares ao tratamento.

No final do Século 19, pacientes abastados recebiam cuidados em sanatórios que eram como pousadas nas montanhas. Ao longo do tempo, esses lugares passaram a ser usados para isolamento dos doentes, tornando-se centros de tratamento para pessoas de qualquer classe social.

Em 1882, o famoso bacteriologista alemão Robert Koch identificou o agente causador da enfermidade, a bactéria Mycobacterium tuberculosis, também chamada de Bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor. A invenção do raio X, no final do Século 19, permitiu a visualização das imagens das partes internas do corpo, facilitando o diagnóstico da tuberculose. Somente em 1944 foi inventado o primeiro antibiótico, a estreptomicina. Entretanto, sem o apoio ao tratamento e o contato entre doentes, surgiram bactérias resistentes ao medicamento. Para contornar o problema, desenvolveu-se um coquetel com quatro antibióticos hoje efetivos para a cura da doença.