Em Mafra as hortas escolares e a gastronomia são utilizadas como instrumento para ajudar na aprendizagem
Com o objetivo de auxiliar para uma melhor aprendizagem de múltiplas disciplinas como matemática e geometria, além de desenvolver a responsabilidade e respeito ao meio ambiente, 5 escolas da rede municipal de ensino estão desenvolvendo o Projeto Resgate da Horta Escolar e Gastronomia como ferramenta pedagógica, envolvendo cerca de 1.100 alunos da educação infantil e ensino fundamental.
Conforme explicações da Secretária Interina de Educação, Estela Maris Bergamini, o projeto foi desenvolvido primeiramente em algumas unidades escolares, a fim de serem avaliadas as potencialidades e também as dificuldades na sua implementação. “Iniciamos trabalhando com os Centros de Educação Infantil “Anjo da Guarda”, “Breno Cauan Garcia”, “Restinga” e com as Escolas Municipais de Educação Básica “Felipe Martins Carvalho” e “Colônia Ruthes” e agora lançaremos a proposta para que as demais escolas do município também invistam nessa importante ferramenta para o auxílio no aprendizado”, declarou.
Através do projeto, as crianças aprendem a plantar, a cuidar das hortas, a calcularem espaços a processarem os alimentos transformando-os em sucos, bolinhos, etc. As escolas utilizam o que é produzido na alimentação escolar e ainda ocupam espaços ociosos e as crianças aprendem a reciclar, utilizando pneus e garrafas pets que servem de local para o plantio. No CEM Restinga, por exemplo, cada aluno realizou o plantio em uma garrafa pet particular, devendo posteriormente cuidar da sua produção, desenvolvendo assim o senso de responsabilidade e respeito à natureza.
Nesse momento o projeto está na fase de coleta de receitas junto às unidades escolares, para elaboração de um livro de receitas. O livro contará com três capítulos: Receitas Regionais, Receitas de Aproveitamento Integral dos Alimentos e Receitas Saudáveis para festas na escola.
Ao abordar a importância do projeto, a Nutricionista da Secretaria Municipal de Educação, Giovana Andrea Kundlatsch destacou que a consciência sobre práticas alimentares saudáveis, adquirida na escola, será primordial para que no futuro, as crianças atentem para a necessidade de fazerem escolhas alimentares corretas naturalmente e não apenas diante de algum problema específico de saúde. “Ao incluirmos essas práticas de horta e gastronomia ao trabalho pedagógico realizado na escola proporcionaremos aos alunos muito mais do que conhecimento, ou saberes, incutiremos valores que esses alunos levarão para o resto de suas vidas”, afirmou.
Escolas piloto
As escolas que estão com o projeto em andamento são:
CEM Anjo da Guarda – Iniciou seu trabalho com a horta em 2014 através do cultivo de ervas aromáticas e temperos naturais. O trabalho começou com turmas do 1º ao 5º ano e hoje até os alunos da educação infantil estão inseridos no cultivo das hortaliças e desenvolvendo práticas pedagógicas relacionadas.
CEIM Breno Cauan Garcia – A produção da horta escolar envolveu as turmas de Jardim, porém todos os alunos usufruíram dos produtos na alimentação escolar. Uma curiosidade dessa unidade foi a criação, pelas merendeiras, de novas receitas a fim de estimular os alunos para o consumo de alimentos menos apreciados, como por exemplo, transformando alface – não apreciada – por bolinhos de alface – que tiveram boa aceitação.
CEIM Restinga – Nessa unidade também foram os alunos do Jardim que participaram mais das atividades de elaboração da horta. Na escola, além da horta tradicional, os alunos do Jardim I montaram sua horta individual em garrafas pet, promovendo também o ensinamento de outras práticas como responsabilidade e reciclagem. Ainda foi trabalhada a culinária no preparo de sopa de legumes, a fim de incentivar os alunos ao consumo dos mais variados tipos de hortaliças.
EMEB Felipe Martins Carvalho – Nessa escola a horta escolar já é cultivada há muitos anos. Lá também já foram feitas culinárias com as hortaliças produzidas. Os alunos participaram no preparo dos canteiros e plantio, no cuidado, na colheita e no momento da cozinha e degustação dos alimentos. Foram elaborados cadernos de receitas utilizados como presentes no Dias das Mães e o conteúdo das receitas foram trabalhadas nas diversas disciplinas escolares, unindo-se como tema transversal.
EMEB Colônia Ruthes – A horta escolar também fez parte da história da unidade, sendo paralisada momentaneamente devido a reformas. A prática foi retomada, com todos os alunos participando inclusive, no momento de organização dos canteiros – desenvolvendo atividades de matemática, com as proporções de medidas dos canteiros.
Organização
Fazem parte na organização do projeto Resgate da Horta Escolar e Gastronomia como ferramenta pedagógica as nutricionistas Giovana A. Z. Kundlatsch e Letícia P. da Silva, a conselheira do CAE – Conselho de Alimentação Escolar, Andréia Pscheidt, a pedagoga Kelly B. Plácido, e o técnico agrícola Tarcísio J. Ferreira.