Geólogo Riomafrense, Dr. Luiz Weinschütz participa de expedição na Antártica

 

  • A bandeira de Mafra tremulou em meio ao branco intenso das geleiras

Os municípios de Mafra e Rio Negro contaram com um representante em base na Antártida, onde o geólogo e pesquisador, doutor em paleontologia, Luiz Carlor Weinschütz  esteve no período de 28 de dezembro de 2015 a 5 de março deste ano, participando do Programa Antártico Brasileiro – ProAntar.  Em meio à gigantescas geleiras, em um  branco intenso e suportando temperaturas que chegavam à 16 graus negativos (com sensação térmica chegando a -30°C) e ventos de até 120km/h, a Bandeira Mafrense fez-se presente.  Foram 43 dias  acampado  com um grupo  de pesquisadores brasileiros e alemães que realizaram estudos referentes as alterações do solo antártico e outro de alpinistas que davam apoio terrestre.  Porém o período que envolveu a sua participação no programa demorou mais de 2 meses – entre a saída e a chegada ao Brasil.

Lá os estudos  se concentraram em  rochas e fósseis antárticos, que serão traduzidos em artigos científicos e em palestras  a serem proferidas em escolas municipais locais  e nos campi da Universidade do Contestado – que coordena o Cenpáleo  e o Museu da Terra e da Vida – e ao público em geral.  Segundo informações do Geólogo, a pesquisa resultou na coleta de aproximadamente duas toneladas de rochas que estão sendo levadas de navio para o Rio de Janeiro e serão utilizadas  na continuidade das analises e para uma exposição que será organizada no Museu Nacional. Uma pequena parcela desse material, em torno de 150 kg de amostras serão transferidas para o Cenpáleo para ficarem expostas no Museu da Terra e da Vida.

Weinschütz foi convidado a ingressar no Projeto denominado PaleoAntar, coordenado  pelo Dr. Alexander Kellner, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, junto com outros 5 pesquisadores. O objetivo da expedição foi a coleta de fósseis na região de James Ross, na Península Antártica.

Antártica já foi tropical

O pesquisador revelou a existência de uma  Antártica Tropical no passado. “Ao contrário do que vemos hoje, os fósseis antárticos revelam que o continente Antártico era muito mais quente no período Cretáceo, inclusive com a existência de florestas, grandes dinossauros e praias cheias de vida, pois estava localizado mais ao norte de sua posição atual”, explicou.  Ele considerou como fantástica a experiência de encontrar grandes troncos “petrificados” de milhões de anos, onde hoje as únicas formas vegetais existentes são musgos. “Assim percebemos de forma clara, quão dinâmico e delicado é o nosso planeta”, declarou.

Explicou ainda sobre a existência de um Tratado denomina “Antártico”, que permite a liberdade de exploração científica do continente, em regime de cooperação internacional,ao qual o Brasil aderiu em 1975. No início da década de 1980 foi inaugurada a Estação Antártica Comandante Ferraz e desde então, nosso país realiza pesquisas nas mais diversas áreas – geociências, biologia, ecologia, clima etc.

Luiz Carlos Weinschütz é Geólogo da Prefeitura de Mafra e pesquisador da Universidade do Contestado, instituições que o apoiaram para a participação na expedição de pesquisa que oportunizou crescimento e aprimoramento de conhecimentos, que serão retransmitidos aos alunos, professores, técnicos e pesquisadores locais.