Economia solidária debatida em evento da Prefeitura de Mafra

 

• Evento foi alusivo ao Dia Nacional da Economia Solidária – 15 de dezembro

Com a proposta de fomento à economia solidária e produção inclusiva a fim de promover transformações no modo e qualidade de vida da população foi realizado o "I Seminário de Inclusão Social e Fomento à Economia Solidária". O evento que na última quinta-feira, 09, reuniu autoridades dos municípios membros da AMPLANORTE além de convidados interessados no desenvolvimento econômico da região, teve início às 9 da manhã, no hotel Susin. O seminário foi alusivo ao Dia Nacional da Economia Solidária, celebrado em 15 de dezembro.

Inclusão

A Secretária da Criança e Ação Social de Mafra, Áurea Bastos Davet, que na ocasião representou o Prefeito Jango Herbst, abriu o seminário ressaltando a importância do evento, que abre espaço para discussão sobre o desenvolvimento de famílias envolvidas no processo de assistência social. "Estamos numa etapa avançada, fruto da nossa busca constante em conhecer programas e iniciativas que agregam valor ao compromisso com o trabalho da assistência social". Para ela, os projetos de inclusão social através do emprego oferecem às famílias carentes oportunidades, além de autonomia, produtividade e renda. Áurea também destacou o apoio do Prefeito aos projetos assistenciais. "Reforço a importância de um gestor público, como o Prefeito Jango Herbst, que acredita no trabalho e vai se familiarizando cada vez mais com os projetos, à medida que os resultados vão aparecendo".

Trabalho

O Secretário do Bolsa Família fez uma explanação sobre os números atuais de Mafra referentes às famílias assistidas, cadastradas no Cad Único e beneficiárias do Bolsa Família para contextualizar o objetivo de fomento à economia solidária e geração de renda, tanto em Mafra quanto no Planalto Norte. "Nossa grande preocupação é fazer com que as famílias deixem de ser assistidas, passando a uma situação melhor, alcançando o mercado de trabalho, através de programas que promovam a inclusão", disse.

O fortalecimento dos programas sociais para romper a desigualdade também foi um dos tópicos ressaltados pelo Secretário, que falou sobre as propostas voltadas à economia solidária já desenvolvidas em Mafra como o Projeto Dando Linha e a Feira Itinerante – que excepcionalmente neste dia esteve ao lado do hotel, comercializando artesanato, verduras, frutas e embutidos direto do produtor.

O Secretário da AMPLANORTE, Hélio Daniel Costa, destacou a importância do evento e disse que ficou admirado ao conhecer o projeto e que "é necessário criar oportunidades para o povo", levando o exemplo de Mafra aos demais municípios integrantes da Associação.

Exemplo

Um breve histórico do programa Dando Linha foi feito pela Coordenadora de Projetos Ariana Chagas. Ela citou exemplos de programas como o Rio Ecosol – projeto de economia solidária lançado pela Prefeitura do Rio de Janeiro no início de dezembro para territórios populares da cidade como o do Complexo do Alemão. Ariana destacou o trabalho dos empreendedores deste local, mas frisou que em Mafra, a economia solidária já estava em andamento desde abril deste ano com o projeto Dando Linha. "Começamos com 10 mulheres. Hoje temos 110 e sete comunidades envolvidas. Que bom que em Mafra começamos antes de viver problemas como os da comunidade do Complexo do Alemão", afirmou.

Durante o evento, Celaine Refosco, do Orbitato – Centro de Estudos, em Arquitetura, Moda e Design, que orienta o trabalho das artesãs do Dando Linha, mostrou em forma de catálogo eletrônico o que cada uma das sete comunidades já produziu como pufes, bolsas, apoios para pratos, peças em crochê e demais produtos. "A característica do trabalho é fazer produtos para comercialização e geração de renda. O resultado financeiro é uma construção do tecido social, acrescido de afetividade e emoção", disse. As comunidades envolvidas atualmente com o Dando Linha são Jardim América, Pedra Fina, Rio Branco, Vila Nova, Butiá dos Lageados, Vila Solidariedade e Vista Alegre.

Palestras

O seminário foi dirigido a autoridades governamentais, associações, sindicatos e cooperativas, além de técnicos e especialistas das áreas de diferentes áreas. O evento contou com quatro palestrantes: o professor e doutor em Sociologia Política, Valmor Schiochet com "Perspectivas da economia solidária para a inclusão produtiva de beneficiários do Bolsa Família"; a professora e mestre em educação e cultura, Leila Andrésia Severo Martins, com o tema "Ação Local"; além de Jane Maria Nunes de Freitas, da Prefeitura de Porto Alegre e líder da ação de complementação de renda familiar para mulheres do programa Cresce Porto Alegre, falando de sua experiência na área e Suely Hinze, da Cheiro Brasil – Economia Solidária com "Técnicas de vendas de produtos artesanais".

Exposição e Comercialização

À noite, para encerrar o Seminário, houve o lançamento de produtos da "II Etapa do Projeto Dando Linha: Exposição e Comercialização". Dentre as várias opções, os convidados puderam escolher entre artesanato, roupas, pufes, acessórios, bolsas e demais produtos expostos. As artesãs Noili Lucas Rodrigues, do Jardim América e Marli Pires de Oliveira, da Vila Nova, que participam do Projeto Dando Linha contaram suas experiências desde que ingressaram nele. Noili confecciona tapetes feitos de aproveitamento de malhas (resíduo industrial). Ela contou que já vendeu seus produtos, alguns em feiras solidárias. "Até dia 19 terei meus produtos numa feira em Itajaí. Espero vender meus tapetes naquela cidade", disse. A artesã também faz peças em crochê, pintura em tecidos e outros produtos. Com todo esse conhecimento, ela ensina a outras mulheres o ofício. "Acho importante ensinar os outros para terem lucro com a venda de artesanato. Se você consegue administrar o que ganha, consegue sobreviver do seu trabalho", completou.

A artesã Marli Pires de Oliveira que faz potes de malha (cachepô) esteve no Seminário. "Gostei muito da palestra sobre vendas, pois foi bem instrutiva". Ela contou ainda que desde que ingressou no projeto sua vida mudou. "Tenho lucro com as vendas e o dinheiro fica para mim e minha família", concluiu.

Realização

O "I Seminário de Inclusão Social e Fomento à Economia Solidária" é uma realização da Prefeitura de Mafra, através da Secretaria do Bolsa Família, com apoio do Serviço Único de Assistência Social (SUAS), AMPLANORTE e Orbitato (Instituto de Estudos em Arquitetura, Moda e Design).

Saiba mais sobre o Dia Nacional da Economia Solidária

O ativista ambiental Chico Mendes nasceu no dia 15 de dezembro de 1944. A data, que remete ao símbolo de resistência e de luta pelo desenvolvimento sustentável com responsabilidade social e ambiental, foi escolhida para comemorar o Dia Nacional da Economia Solidária.

Espalhados em todas as regiões brasileiras, milhares de produtores – nos mais variados ramos – se fortalecem organizados nesse modelo econômico. No mês em que se comemora a Economia Solidária, um modelo econômico alternativo, com base em conceitos de solidariedade, autogestão, preservação ambiental, comércio justo e consumo consciente, várias Feiras acontecem em todo o país.