4º Encontro Mafrense de Carros Antigos e III Opala Riomafra foi mais uma vez sucesso de público

Um domingo voltado à família. Foi assim que o presidente do Antigomobilistas Clube de Carros Antigos (entidade filiada à Federação Brasileira de Veículos Antigos), Eder Sacomori da Silveira, definiu o evento. Com espaço para almoço e lanches, brinquedos infláveis e uma grande variedade de veículos antigos e novos expostos, os visitantes puderam contemplar, além da exposição, histórias trazidas na bagagem de cada carro. O estacionamento do Supermercado Mig, bem como a Avenida Cel. José Severiano Maia, na lateral, foram preenchidos por automóveis da exposição. Quem passou pelo local pode ver guindastes com carros suspensos, opalas de diferentes décadas e tantos outros carros antigos de pessoas de cidades como Curitiba, Brusque, Joinville, entre outras. Motocicletas, lambretas e bicicletas também tiveram espaço no evento. 

O prefeito Wellington Bielecki esteve na exposição e viu de perto os carros. “Admiro os proprietários pelo zelo que têm com seus automóveis. São verdadeiras relíquias e muitos destes carros transitaram por nossas ruas e hoje podem contar a trajetória da cidade rumo aos 100 anos”, declarou o prefeito.

Levantou poeira

Um dos expositores, o engenheiro florestal Edgard Alfredo Bredow, de Mafra, tirou da garagem, depois de quase 30 anos parado, o DKW 1962 Belcar – todo original – e o levou, de guincho, à exposição. “O carro era do meu avô e agora vou restaurá-lo. Dentro de um ano vai rodar em Mafra”, prometeu Edgard, completando que a poeira sobre o carro era proposital. “Não mexi nele. Trouxe como estava e sabia que muitas pessoas ficariam curiosas para conhecer a história DKW comprado em Mafra nos anos 60”. No painel do DKW constava a cópia da nota fiscal de compra do veículo, adquirido à época pelo engenheiro Otto Alfredo Bredow, avô de Edgard.

De pai para filho

O estudante do ensino médio Leonardo Agostinho de Souza e seu pai Wanderlei Gonçalves de Souza, aposentado e microempresário, ambos de Curitiba, expuseram um Opala Comodoro 1979 que está na família há quatro anos. “Era um carro de competição e fazia arrancadões. Hoje o restauramos e só o utilizamos para passeios e exposições”, contou Leonardo. Ele disse que foi um presente de seu pai. “Vi este carro e era o mais bonito de todos: branco com teto preto. Foram dois anos restaurando e há dois está rodando”, explicou o estudante, lembrando que a família tem também um Diplomata 88/88. “Nosso sonho é que quando eu completar 18 anos (daqui a dois anos) eu saia com o Opala e o meu pai com o Diplomata. Com os dois rodando juntos”.

Quilometragem x idade

Apenas 47 mil quilômetros rodados – é o que mostra o odômetro do Volkswagen Fusca 1981 do engenheiro mecânico Carlos Augusto Wibbelt, de Rio Negro. Ele mostrou que o carro tem ainda os opcionais da época como forração em carpete, janela traseira basculante, desembaçador traseiro, frisos no para-choque e dois pneus originais de fábrica. “Sou o segundo dono e comprei pela originalidade e estado de conservação. Já tive outros carros antigos desde 1997”. Carlos contou já que teve um Dodge gran sedan 1973 e tem ainda uma Caravan 1978 em processo de restauração e um Opala 1983 coupe.

Carro de famoso

O veterinário Radir Cherobin, de Rio Negro, levou uma raridade para o evento: um Galaxie Landau 1983, último ano de fabricação e que pertenceu ao cantor já falecido Nelson Ned. Radir revelou uma particularidade do veículo: a buzina é uma sirene. “Conta-se que o cantor mandou instalar esta sirene, pois se ele estivesse atrasado para um show, tocava a buzina para os outros carros saírem da frente, como se fosse um carro de polícia”. O veterinário tem ao todo 19 carros e além do Galaxie, levou à exposição um Puma AM4 1993 (16 unidades fabricadas) e uma Kombi com rodas de ursinho – vindas da Alemanha, fabricadas pela ocasião das Olimpíadas de Moscou em 1980, cujo mascote era o ursinho Misha. “Vieram para o Brasil cinco jogos dessa roda e um deles está comigo”, finalizou o veterinário.

Carro em partes

Além de apreciarem carros, os visitantes também puderam adquirir miniaturas, acessórios, adesivos, peças de automóveis e diversos outros produtos, como por exemplo, luminárias, sendo uma delas confeccionada com peças de um Opala 79 e outra com as de um fusca, também do mesmo ano. O mecânico industrial, artesão e autor das luminárias, Samuel Charane contou que começou há dois meses a fabricar peças artesanais. “Há muito tempo idealizo o reaproveitamento de antiguidades. Sempre trabalhei com metal mecânico e agora surgiu a ideia de unir as duas coisas que gosto muito: invenção e criatividade”, declarou. Na ocasião, Samuel e sua esposa Francielle, entre diversas peças artesanais, também trouxeram o TL 1600 ano 74 ao evento.

Organização

Evento foi organizado pelo Antigomobilistas Clube de Carros Antigos e contou com o patrocínio e apoio de diversas empresas e entidades de Mafra e Rio Negro.