Trabalho pioneiro nos berçários de Mafra auxiliará do desenvolvimento da criança
A Educação de Mafra está desenvolvendo um trabalho pioneiro no Estado, disponibilizando uma profissional de Terapia Ocupacional nos berçários da rede municipal, atingindo cerca de 500 crianças com idade entre 4 meses e 3 anos. A importância do trabalho, segundo a Secretária Estela Maris Bergamini Machado, reside no fato de estar atuando em apoio aos professores e aos pais, visando uma mudança da visão assistencialista dos berçários e creches, onde eram vistas apenas como locais para as crianças serem cuidadas. “Queremos transforma-las em um local onde se potencializa a função pedagógica, mas onde a criança tem o direito ao brincar com funcionalidade. E como consequência, se consiga um diagnóstico precoce em relação aos possíveis problemas no desenvolvimento da criança”, explicou.
Conforme declarou, as creches integram o sistema educacional e devem seguir as diretrizes desse sistema. “Assim, elas devem seguir as regras estabelecidas para esse sistema, sob pena de descontinuidade da unidade”.
Primeiríssima infância
A Terapeuta Ocupacional da secretaria, Francielli Mônica Prestes Machado, explicou que a Educação de Mafra está preocupada em não perder o precioso tempo de aprendizado da criança que é a primeiríssima infância, de 0 a 3 anos. “Hoje existem muitas pesquisas científicas mostrando como as crianças aprendem, como o cérebro delas se desenvolve, quais são os estímulos e as respostas mais adequadas para o seu desenvolvimento e a secretaria implantou esse trabalho para que não se perca esse tempo tão especial de vida, que é o começo de tudo”, declarou.
Ela explicou ainda que atualmente existem muitos casos de crianças com diagnósticos que caracterizam como atraso no desenvolvimento, como o autismo, por exemplo, e com esse trabalho é possível detectar característica e sintomas em crianças de até 18 meses. Com a Terapeuta Ocupacional, a secretaria procura intervir o mais precocemente possível, para evitar que um atraso, que possa ser mais simples, venha a se tornar grave se não for detectado, se não tiver uma intervenção ou um acompanhamento”, explicou.
Estímulo às crianças dos berçários
Estela Bergamini destacou que atualmente a procura por vaga nos berçários é muito grande, em razão das mães necessitarem trabalhar fora. Como consequência, os pais reduzem o contato com os filhos pequenos, que passam praticamente o dia na escola. “E é para melhor preparar os professores quanto ao estímulo às crianças dos berçários e como proceder no caso de um diagnóstico de retardo no desenvolvimento, que estamos mantendo capacitação constante para esse setor da educação”, explicou.
Salientou ainda que a profissional de Terapia Ocupacional, que faz parte do Setor de Atendimento Educacional Especializado – AEE, também mantém contato com os pais de crianças com algum tipo de atraso no seu desenvolvimento, orientando quanto às atitudes a serem tomadas. “Estamos realizando um trabalho pioneiro, de extrema importância em razão do diagnóstico precoce que realiza e ainda, dada as novas atribuições que as escolas estão tendo, não sendo apenas um lugar onde as crianças ficam enquanto os pais trabalham, mas um lugar que proporciona aprendizado adequado para o desenvolvimento pleno”.
O trabalho é apresentado às professoras do berçário, através de formação continuada, sobre as formas de estímulos dessas crianças, nas diferentes áreas do desenvolvimento infantil, de linguagem, de capacidade motora, de capacidade cognitiva. “Mesmo nas crianças bem pequeninas, nós já conseguimos avaliar e estimular. Quanto mais qualidade a criança tiver em seu ambiente, com um adulto que responda aos estímulos dela, melhor ela vai se desenvolver”, declarou.
Neurociência
Nas capacitações são propostos desafios de estímulos dentro dos marcos do desenvolvimento que é esperado. “Nós mostramos aos professores o que é esperado da criança. A Neurociência nos tem mostrado que, da rede de neurônios que um ser humano tem, 90% dela é formada dos 0 aos 2 anos e tudo o que a criança aprender depois dos 2 anos vai ter como base essa rede de neurônios que foi criada na primeiríssima infância”, explicou.
Segundo Francielli, essa fase da criança é muito importante e nós precisamos capacitar os adultos que estão com elas. “Pode-se dizer que atualmente, com cerca de 500 crianças nos berçários das escolas da rede municipal de ensino, entende-se que há uma geração toda dentro da secretaria de educação, e é preciso continuar fazendo um trabalho de qualidade, que os estudos vêm a contribuir. Se a criança tiver qualidade no estímulo no desenvolvimento delas, de 0 a 3 anos, ela vai ter uma qualidade de vida e um aprendizado melhor nos anos posteriores”, concluiu.
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