Crônica “Botes de Papel” classificada para fase estadual da 6ª Olimpíada de Língua Portuguesa

O autor é Jhonatan Dias, da EMEB Professor Mario de Oliveira Goeldner

 

Dando continuidade à divulgação dos trabalhos classificados para a etapa estadual da 6ª Olimpíada de Língua Portuguesa, publicamos a crônica “Botes de Papel”, do aluno Jhonatan Dias, da EMEB Professor Mario de Oliveira Goeldner.

 

De Mafra, 14 escolas participaram da 6ª edição da olimpíada, concorrendo nas categorias Poema, (turmas do 5ª ano), Memórias  Literárias (6º e 7º anos), Crônicas (8º e 9º anos), Documentários (1º e 2º anos do Ensino Médio) e Artigo de Opinião (3º ano do Ensino Médio).

 

 

EMEB Mário de Oliveira Goeldner

Categoria: Crônica 

Título: Botes de Papel 

O barco boia, os homens pescam e o menino brinca com seu barquinho de papel, a noite de pescaria em Mafra está exaustiva, a cidade do mel também é fria e nebulosa, o que dificulta a pescaria, mas nessa noite o frio se superava, a neblina e a garoa da região tomavam conta do rio e do bote, enquanto todos ali pensavam em chegar logo em casa pra se esquentarem em seus velhos fogões a lenha.

O balde está cheio de peixes, e as iscas quase acabando assim como nas outras vezes em que foram pescar no Rio Negro, aquele rio que um dia já foi navegável e diz muito sobre a história de Mafra, e que hoje é de muita serventia para a pesca. O menino estava brincando com seu barquinho e admirando o avô, mesmo com muito frio, então o menino pergunta: 

-vovô a gente já conseguiu?

O avô o olha tremendo de frio, e exausto da pescaria responde para aliviá-lo:

-sim meu neto! Nós já conseguimos! Estamos quase terminando.

O garoto contente com a resposta abre um enorme sorriso, um sorriso belo e puro, como o de toda a criança alegre. Poucos minutos depois encerram a pescaria, rapidamente arrumam as redes e os anzóis, para irem logo para casa, no mesmo instante em que uma tempestade se arma, o menino com medo guarda seu barquinho e agarra-se ao avô.
Quando de repente surge um clarão instantâneo, um raio atinge uma árvore, fazendo-a partir-se ao meio e cair com seu tronco robusto sobre o bote. A linha que estava mal amarrada prende-se ao avô e a criança, que são levados pela correnteza e se afogam, os pescadores que se salvaram observam perplexos a triste cena. 
Ao amanhecer são iniciadas as buscas que demoram angustiantes dias para os encontrarem, os dois enrolados na rede e abraçados, com barquinhos de papel encharcados em seus bolsos, os dois sem vida, sem esperanças nem segunda chance, a única coisa que nos restou foi desejar, que a vida como um sopro leve eles para algum sereno lugar para que brinquem pela eternidade, com milhares de estrelas e barquinhos de papel.

 

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