Cultivo de ervas medicinais é ensinado desde cedo aos alunos

 

 

Projeto tem como objetivo resgatar o conhecimento empírico (popular) sobre as ervas medicinais, transmitido de geração à geração

 

Quem não gosta de um chazinho de hortelã, de camomila ou mesmo chá mate? Quem nunca tomou aquele chá da vovó para curar uma dor de cabeça, de barriga? Partindo desse questionamento, a servidora municipal Jheniffer de Lorena, professora formada em Licenciatura em  Educação no Campo e servidora da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura, desenvolveu o projeto “Horta Medicinal”, que virou uma cartilha para as crianças da Educação Infantil.

 

Projeto Piloto

A secretária da pasta, Jamine Henning, junto à professora, colocaram em prática o projeto em duas escolas: EMEB Abelinha Feliz e EMEB Colônia Ruthes, ainda como projeto piloto. O objetivo, de acordo com o projeto, é resgatar o conhecimento empírico (popular) que vem de geração à geração, sobre as ervas medicinais, como quando usadas como único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. “Ao final do projeto vamos catalogar as ervas que a família de cada aluno conhece e utiliza e montar um lindo portfólio”, explicou Jheniffer .

Para a secretária Jamine o projeto é uma valorização dos conhecimentos dos avós, respeito a eles e admiração.  “O projeto vem contemplar o plano de governo do prefeito Emerson Maas, que é de intensificar a atuação da família na escola, além da participação dos pais, expandindo para os avós”, declarou.

 

Cultura, história e conhecimento

Trabalhando com as habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o projeto enfoca as ciências (vida e evolução), geografia (o sujeito e seu lugar no mundo), ensino religioso (identidades e alteridades) e artes visuais (materialidades). Cada uma trabalhada conforme as orientações da professora, seguindo uma metodologia simples e aplicável. O aluno preenche um formulário no qual entrevista uma pessoa da família (avós, pais, tios). No início deve ser colocada uma amostra da planta em um pacotinho. Em seguida, o aluno parte para o questionário. As  perguntas versam sobre nome e idade da pessoa,  qual planta medicinal você mais utiliza?”, “por qual motivo você utiliza essa planta?“,“como aprendeu a utilizá-la?”, “em sua opinião, é importante se cultivar uma horta com plantas medicinais?”, “percebeu resultado na sua saúde com a utilização das plantas?”.

Na prática


A professora explica que o projeto contempla cinco encontros, sendo os dois primeiros seguindo as atividades da apostila, o terceiro refere-se a atividades envolvendo plantas e mudas e no quarto e quinto encontro é feita a plantação  em garrafas pet e feita uma horta suspensa. Como conclusão, levam a apostila para casa com todas as atividades realizadas e devem repassar os conhecimentos aos familiares. “Estou trabalhando ainda e tenho mais  três encontros. Trabalhar com as duas escolas está sendo muito importante. Foi possível observar que a horta medicinal traz inúmeros benefícios aos alunos, além de propiciar informações sobre plantas medicinais”, explicou Jheniffer. Ela conta ainda que os alunos participam trazendo várias falas que aprendem com pais, avós, tios e vizinhos. “O conhecimento empírico é muito importante. E esse projeto traz a oportunidade de envolvermos os pais com os seus conhecimentos adquiridos e passados de geração em geração”.

Conclusão

De acordo com a professora, a ideia é que depois do término do projeto os alunos levem as atividades que foram desenvolvidas, inclusive o portfólio que eles e os pais fizeram  e que a horta permaneça na escola sob cuidado dos alunos. “Este trabalho almeja o resgate dos valores, os hábitos e a cultura, de parte da comunidade estudantil, explorando os saberes e práticas populares quanto à promoção e a recuperação da saúde, através da utilização de plantas medicinais”, concluiu.

 

 

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