Como tudo começou: constituindo núcleo único, a cidade de Mafra tem sua história estreitamente vinculada à cidade de Rio Negro – Paraná. A região foi cortada do Sul ao Norte pelos destemidos tropeiros, ligando a capitania de São Pedro do Sul a São Paulo. O que existia na época, era uma vereda aberta na mata pelo próprio gado, acarretando grandes prejuízos, com perdas de homens e animais. Em 1732 o Bandeirante e Tropeiro Cristóvão Pereira de Abreu, oficializa a abertura da Estrada da Mata, passando com 3000 mil cabeças de gado, entre mulas, cavalos e bestas.
Em 1816, os tropeiros requereram a D. João VI à abertura de um caminho entre a Vila de Lages – SC e Lapa – PR, trecho que até então era um sertão com toda espécie de perigos, totalizando 40 léguas.
Com o passar dos anos, D. João VI reconheceu que São Paulo ficaria prejudicada com o consumo incerto do que viesse desta região, em virtude das inúmeras dificuldades e mandou elaborar um plano para a abertura da referida estrada que recebeu várias denominações: Estrada Real, Estrada do Sertão e então “Estrada da Mata”. Por ela se pretendia ligar a Província de São Paulo ao Rio Grande do Sul.
Imigração: levou muitos anos para ser construída, sendo o primeiro trajeto elaborado, de Campo do Tenente à Lapa. Com o surgimento da Estrada da Mata, houve a chegada dos primeiros imigrantes europeus, vindos da cidade de Trier, Alemanha em 1829, dando inicio ao processo de colonização.
Onde hoje situa Mafra – SC passou a ser um simples bairro de Rio Negro – PR, um potreiro oficial das tropas, fora do perímetro urbano, eis a origem dos dois municípios estarem ligados.O Monge João Maria, eremita, chegou a Mafra – até o momento pertencente ao Município de Rio Negro, em 1851. Encontrou população sofrida com a Guerra do Contestado e dizimada por uma epidemia de varíola. Recomendou que 19 cruzes fossem erguidas entre a Capela Curada e a Balsa – Ponte Metálica. O constante movimento das Tropas trazidas do Sul para o Norte, foi derrubando essas cruzes e, a única que sobrou foi a da Praça Hercílio Luz, cuja fixação foi em 30 de Junho de 1851. Representa a fé do catolicismo rústico do homem simples da região. Em 1870 criou-se o Município de Rio Negro e, os imigrantes alemães, poloneses, italianos, bucovinos, tchecos, ucranianos aceleraram o crescimento da região. Em 1894, assumiu a Administração do Estado de Santa Catarina o Dr. Hercílio Luz que nomeou o Jurista Manoel da Silva Mafra, para advogar a causa das questões de limites entre os Estados do Paraná e Santa Catarina.
Colonização: colonizada por diversos povos destacamos: Alemães, Poloneses, Ucranianos, Bucovinos, Italianos.
Cultura: os colonizadores foram responsáveis pelas características culturais do município, influenciando diretamente nas artes da música e dança, na gastronomia e na arquitetura local.
Origem do nome: Manoel da Silva Mafra, filho do Major Marco Antônio da Silva, nascido em 12 de Outubro de 1831, deixou o Seminário do Rio de Janeiro, para cursar direito em São Paulo. Alternou-se em várias funções: Promotor Público em São José, Juiz Municipal, Deputado Geral de SC, Juiz de Direito em Pernambuco e Paraná, Deputado Provincial de Santa Catarina, Advogou no Rio de Janeiro, Juiz de Direito de Minas Gerais, Presidente da Província do Espírito Santo, Ministro da Justiça, Juiz do Tribunal Civil e Criminal do Rio de Janeiro. Aposentado voltou a advogar e defendeu a Questão de Limites de Santa Catarina e Paraná. Faleceu em 11 de março de 1907. Como escritor e ·jornalista, deixou peças jurídicas, discursos, ensaios, poesias. É nome de uma das cadeiras da Academia Catarinense de letras.
Fundação: em 1896, a questão de limites passa a ter um caráter judicial. A região denominada “Contestado” abrangia cerca de 50.000 km entre os atuais estados de SC e PR, disputada por ambos. As cidades desta região foram palco de um dos mais importantes movimentos sociais do país. Nesta época os meios de transporte utilizados eram mulas e a passagem do rio entre as margens esquerda e direita, era através de balsas. Em 22 de novembro de 1896, no Governo de Francisco Xavier da Silva, inaugurou-se a Ponte Metálica – com 110 metros ao custo de R$ 270 contos de réis. Atingia exatamente a metragem na baixa do rio, da margem esquerda á direita.Muitas histórias existem em torno da inexplicável metragem da Ponte Metálica.
Em 1912 iniciou-se a construção da estrada de ferro, ligando Mafra a Porto União. A Estação de Mafra surgiu como entroncamento da linha do São Francisco com o ramal do Rio Negro, em 1913. Após 18 anos de lutas incansáveis, o Presidente da República, Wenceslau Braz, promoveu o encontro entre os Governadores de SC e PR, Dr. Carlos Cavalcante e Felipe Schimith, a fim de solucionar a pendência. Em 1917 os dois Estados reconheceram e homologaram as Linhas de Acordo. Em 25 de Agosto de 1917, a lei catarinense nº. 1.147 restaurou o município que lhe fora suprimido em virtude do acordo de limites de 20 de outubro de 1916 e, demarcaram os novos limites.
Em 08 de Setembro de 1917 foi instalado o Município, á margem esquerda do Rio Negro, que passou a dominar-se Mafra em honra e memória do Dr. Manoel da Silva Mafra, defensor de Santa Catarina na pendência.
A região onde se desenvolveu a comunidade de Mafra é altamente rica em reservas florestais, principalmente de pinheiro-araucária, erva-mate e outras espécies, que passou a representar por muitos anos sua principal atividade, da extração florestal, que permitiu o assentamento dos primeiros colonos, que mais tarde passariam a desenvolver as atividades da agropecuária de subsistência.
Mafra é considerada cidade pólo do Planalto Norte Catarinense.
RELAÇÃO DE EX-PREFEITOS DO MUNICÍPIO DE MAFRA SANTA CATARINA
VICTORINO DE SOUZA BACELLAR |
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Nomeado: |
08.09.1917 a 07.01.1919 |
Eleito: |
07.01.1919 a 07.01.1923 |
JAIME URBANO DA SILVA |
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Nomeado: |
24.12.1919 |
Eleito: |
07.01.1923 a 03.11.1924 |
JORGE SABATKE |
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Provisório: |
08.01.1924 a 08.07.1924 |
PEDRO ADÉLIO MENDES DE ALMEIDA |
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Provisório: |
08.07.1924 a 03.11.1924 |
Eleito: |
03.11.1924 a 01.01.1927 |
PRUDENTE SOTTER CORREA |
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Provisório: |
08.10.1925 |
MANOEL XAVIER |
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Eleito: |
01.01.1927 a 20.10.1930 |
JOSÉ SEVERIANO MAIA |
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Nomeado: |
20.11.1930 a 30.09.1932 |
Eleito: |
30.10.1932 a 02.05.1933 |
EVALDO SABATCKE |
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Provisório: |
30.09.1932 a 30.10.1932 |
AYRES DE OLIVEIRA RAUEN |
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Nomeado: |
02.05.1933 a 20.05.1935 |
ARY HONORATO DE FARIAS |
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Nomeado: |
26.05.1947 a 09.12.1947 |
PEDRO KUSS |
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Nomeado: |
20.05.1935 a 16.11.1945 |
Nomeado: |
19.02.1946 a 26.05.1947 |
Eleito: |
09.12.1947 a 31.01.1951 |
FREDERICO HEYSE |
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Eleito: |
31.01.1951 a 31.01.1956 |
FULVIO VIEIRA BORGES |
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Eleito: |
31.01.1961 a 31.01.1966 |
RAUL LEÃO NIEBISCH |
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Eleito: |
31.01.1966 a 31.01.1970 |
EDEMAR RENÊ EVERS |
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Eleito: |
31.01.1970 a 31.01.1973 |
JOSÉ SCHULTZ FILHO |
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Eleito: |
31.01.1956 a 31.01.1961 |
Eleito: |
31.01.1973 a 31.01.1977 |
PLÁCIDO GAISSLER |
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Eleito: |
31.01.1977 a 31.01.1983 |
JOÃO ROMÁRIO CARVALHO |
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Eleito: |
01.02.1983 a 31.12.1988 |
OBS: Desincompatibilizou-se para concorrer a cargo eletivo em 15.05.1986 |
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SEBASTIÃO BAZÍLIO DE CASSIAS |
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Eleito: |
01.01.1989 a 31.12.1992 |
NERY ANTONIO NADER |
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Assumiu: |
15.05.1986 a 31.12.1988 |
Eleito: |
01.01.1993 a 31.12.1996 |
CARLOS EDUARDO B. SALIBA |
1996 a 2000 |
Eleito: |
01.01.1996 a 31.12.2000 |
CARLOS ROBERTO SCHOLZE |
2001 a 2004 |
Eleito: |
01.01.2001 a 31.12.2004 |
JOÃO ALFREDO HERBST |
2005 a 2008 |
Eleito: |
01.01.2005 a 31.12.2008 |
JOÃO ALFREDO HERBST |
2009 a 2012 |
Eleito: |
01.01.2009 a 06.05.2012 |
PAULO SÉRGIO DUTRA |
2012 |
Eleito pela Câmara Municipal: |
07.05.2012 a 31.12.2012 |
ROBERTO AGENOR SCHOLZE |
2013 a 2015 |
Eleito: |
01.01.2013 a 04.06.2015 |
ABEL BICHESKI |
2015 |
Presidente da Câmara Municipal: |
04.06.2015 a 30.06.2015 |
WELLINGTON ROBERTO BIELECKI |
2015 a 2016 |
Eleito pela Câmara Municipal: |
01.07.2015 a 31.12.2016 |
WELLINGTON ROBERTO BIELECKI |
2017 a 2020 |
Eleito: |
01.01.2017 a 31.12.2020 |