Orquestra Sinfônica de Santa Catarina se apresenta nesta sexta-feira em Mafra
• Acompanhe a entrevista com o maestro José Nilo Valle
Nesta sexta-feira, 06, a Orquestra Sinfônica de Santa Catarina – OSSCA – se apresenta em Mafra, às 19h30 no Cine Emacite. A Orquestra vem à cidade como parte do roteiro do Projeto Regionalização da Cultura Musical Catarinense com o objetivo de enriquecer o processo cultural local e democratizar o acesso a sinfonias populares e eruditas. O maestro José Nilo Valle, diretor musical do espetáculo, concedeu uma entrevista à Assessoria Especial de Comunicação da Prefeitura Municipal de Mafra, na qual fala sobre o andamento do projeto e a receptividade nas cidades.
A organização da apresentação da Orquestra Sinfônica de Santa Catarina fica a cargo da Prefeitura de Mafra com apoio da Câmara de Dirigentes Lojistas e Associação Comercial e Industrial de Mafra. Os convites disponíveis que poderiam ser trocados por um brinquedo já estão esgotados, segundo informações da organização.
Assessoria – De quem foi o Projeto Regionalização da Cultura Musical Catarinense?
Maestro – O projeto foi criado por mim, Maestro José Nilo Valle, Diretor Artístico e Regente da Orquestra Sinfônica de Santa Catarina. Foi apresentado como Municipalização da Cultura Musical Catarinense e apoiado pelo Governo do Estado desde seu início no ano de 2000. Em 2003 foi adequado para Regionalização da Cultura Musical Catarinense e atualmente integra o Circuito Catarinense de Orquestras, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte.
Assessoria – Como é a receptividade das cidades?
Maestro – Cada município reage de forma diferente aos espetáculos. O primeiro contato é quase sempre tímido, até porque o assunto "orquestra sinfônica" está muito distante do dia-a-dia da maioria dos catarinenses. Entretanto, após estimular a municipalidade – os responsáveis pelo evento e as pessoas comuns -, o interesse cresce em proporções grandiosas e o resultado é sempre sucesso e gratificante para todos: ganham as pessoas que nunca tiveram a oportunidade de assistir ao vivo a uma sinfônica; ganha a cultura local – a qual fica mais fortalecida – ganham as crianças e os jovens que se entusiasmam a tocar um instrumento musical. Enfim, todos ganham. A frase mais ouvida ao término dos eventos é "Quem não veio perdeu a oportunidade de apreciar um espetáculo de grande porte e qualidade e que talvez, jamais volte para o município!". Ao final dos espetáculos, os organizadores destes eventos normalmente perguntam quando a OSSCA poderá voltar a se apresentar ao seu povo. O ecletismo da performance cativa o público e muitas pessoas se emocionam.
Assessoria – O que o senhor espera da apresentação em Mafra?
Maestro – Um auditório lotado, vibrando com nossos músicos e solistas convidados.
Assessoria – Qual o repertório que a OSSCA vai apresentar em Mafra?
Maestro – Apresentaremos sete momentos: cívico, clássico, lírico, popular, nativista, sertanejo e homenagem às etnias.
Assessoria – Como será a continuidade deste projeto?
Maestro – Não temos certeza do que irá acontecer culturalmente em 2010. Entretanto, estamos seguros e determinados a continuar esta brilhante e importante tarefa cultural que assumimos com a sociedade catarinense, até que o último dos 295 municípios seja visitado pela orquestra.
Assessoria – O que o senhor acha da diversidade musical que temos no Brasil?
Maestro – Muita diversidade e pouca concentração na área da música erudita.
Assessoria – O que a música (orquestra) desperta nas pessoas que assistem a uma apresentação?Maestro – Primeiro, as barreiras do medo ou aversão pela música orquestral caem por terra. Os sentimentos e a interação começam a partir do momento em que os primeiros aplausos acontecem. As pessoas começam a perceber que quem está ali diante deles é a música viva da sinfônica que eles jamais pensavam ter tão próxima. Ao compasso das obras, as pessoas dançam, batem palmas, se emocionam e a simbiose termina por dominar a todos: músicos, solistas e platéia. Crianças, jovens e adultos não exibem mais diferenças. É o milagre e a força da música do OSSCA.
"A música nas escolas públicas é outro caminho seguro para a democratização da arte musical"
Assessoria – Como democratizar a música? Ou seja, fazer com que todos tenham acesso a música?Maestro – Sustentando a OSSCA com orçamento anual compatível com outras boas orquestras do Brasil e do exterior, dando-lhe um teatro próprio e financiando projetos de formação de platéia e de talentos instrumentais de nível. A música nas escolas públicas é outro caminho seguro para a democratização da arte musical.
Assessoria – Conte um pouco de sua experiência na música.
Maestro – Vivo a arte com a maior intensidade desde criança. Os sons me fazem bem e a música que eu tento levar às pessoas é exatamente o retrato que ela evoca em meu ser. Quando em performance, procuro induzir meus músicos a sentirem nas frases musicais a mesma intensidade por mim sentida: a sinceridade e precisão coerente da linguagem estrutural da textura musical que imprime força e agita a todos os que estão envolvidos no espetáculo. Por isto, penso que minha maior experiência é sentir que todos estão envolvidos na performance. Tenho tido muitos destes momentos mágicos nesta trajetória de eventos em municípios catarinenses.
Outras informações: Casa da Cultura – telefone (47) 3642-0488.