Saúde de Mafra está realizando atendimentos odontológicos de urgência e emergência durante pandemia

Frente ao cenário do coronavírus e estando a região do Planalto Norte com classificação de risco grave para doença (Covid-19), os atendimentos odontológicos realizados no SUS de Mafra foram reorganizados, realizando apenas os de urgência e emergência. Desde o início da pandemia, em março, a Secretaria Municipal da Saúde suspendeu os procedimentos eletivos (considerados não urgentes) em saúde bucal nas ESFs (unidades de saúde) e no CEO – Centro de Especialidades Odontológicas, por força de portarias estaduais e federais, visando a proteção de profissionais e pacientes. Tal medida visa reduzir os riscos de transmissão da Covid-19, já que a prática da odontologia é considerada de grande risco para disseminação viral.

De acordo com a Nota Técnica nº 9/2020 produzida pelo Ministério da Saúde, os procedimentos realizados por profissionais da saúde bucal aumentam a chance de contaminação cruzada, deixando mais expostos tanto pacientes quanto os trabalhadores que atuam na área.

 

Riscos x Custos

 

Em um ambiente como um consultório odontológico, com dois profissionais (dentista e auxiliar) e um paciente, um dos principais riscos de contaminação é quanto a produção de aerossóis (naturais – os da respiração) e artificiais (pelos equipamentos).

A transmissão por aerossóis ocorre por meio da eliminação de minúsculas partículas pela tosse, espirro, respiração ou fala. Já no caso dos artificiais ocorre pelos equipamentos odontológicos, como por exemplo, a seringa de ar, que aciona água e ar juntos. “A maioria das partículas são projetadas para o ambiente, contaminando a zona de respiração dos profissionais e o consultório como um todo, o qual deverá ser limpo e reutilizado após uma hora”, explicou a dentista do SUS, Priscila Oliveira.

Outro fator de relevância é quanto às exigências dos equipamentos de proteção individual (EPIs), que no mercado tornaram-se mais escassos e com preços mais altos. A dentista do SUS, Isadora Polettini, explicou que em média, antes da pandemia, eram feitos cerca de 143 atendimentos mensais por posto de saúde. “A exigência é o uso de jaleco descartável pelo dentista e pelo auxiliar, a um custo em torno de R$ 5,00 cada. Numa conta simples o gasto mensal, para um profissional, seria de R$ 715,00. Mas se contabilizarmos para 10 unidades de saúde ficaria em aproximadamente R$ 7.150,00 somente em jalecos descartáveis. Já um kit acadêmico esterilizado custa cerca de R$ 900,00. Se atendermos apenas quatro pacientes por dia, o custo sai por R$ 3.600,00. Em 10 postos ficaria em mais ou menos R$ 36 mil. E este custo é inviável para o município”, esclareceu a dentista.

Vale destacar que estes serviços não são contabilizados em compras para tratamento e prevenção à Covid-19. Os custos destes equipamentos entram no orçamento da Secretaria Municipal de Saúde.

 

Emergência e urgência

 

As situações que apresentam risco de morte ao paciente são consideradas emergências, como sangramentos não controlados, celulites ou infecções bacterianas difusas com aumento de volume (edema) de localização infraoral ou extraoral e potencial risco de comprometimento da via aérea dos pacientes; traumatismo envolvendo os ossos da face com potencial comprometimento da via aérea do paciente.

Já as urgências odontológicas são condições que priorizam atendimento odontológico, como dor aguda decorrente de inflamações da polpa dentária; cárie extensa ou restaurações com problemas que estejam causando dor; pericoronarite ou dor relacionada a processos infecciosos envolvendo os terceiros molares retidos; alveolite pós-operatória, controle ou aplicação medicamentosa local; abscessos ou infecção bacteriana resultando em dor localizada e edema; fratura de dente resultando em dor ou causando trauma do tecido mole bucal; troca para medicação intracanal, para endodontia, caso o paciente esteja com dor; necroses orais com dor ou presença de  secreção purulenta; trauma dentário com avulsão ou luxação.

 

Teleconsulta em odontologia

 

Caso o paciente necessite de orientações, pode entrar em contato com o serviço de teleconsulta, que permite que diversas necessidades sejam supridas sem a necessidade de uma consulta presencial. Porém, quando os profissionais identificam a real necessidade de uma avaliação mais aprofundada, é realizado o encaminhamento para a ESF. As opções de teleconsultas em enfermagem estão disponíveis, de segunda a sexta-feira, nas ESFs Central, Vila Nova, CAIC, Restinga, São Lourenço, Jardim América, Vista Alegre, Espigão do Bugre, Faxinal e Bela Vista. O horário de atendimento, nas três primeiras unidades, é das 07h30 às 16 horas e das 17h30 às 21h30. Nas demais, as consultas serão realizadas das 07h30 às 16 horas.

 

Telefones:

Unidade de Saúde Vila Nova – 98455-8095

Unidade de Saúde Central – 98436-2398

Unidade de Saúde Restinga – 98436-2875

Unidade de Saúde CAIC -98455-7082

Unidade de Saúde Jardim América – 98455-0252

Unidade de Saúde Vista Alegre – 98455- 0565

Unidade de Saúde São Lourenço 98455-0073

Unidade de Saúde Faxinal – 98454-9625

Unidade de Saúde Espigão do Bugre – 98454-8351

Unidade de Saúde Bela Vista – 98448-4650