Caso suspeito deve ser notificado à Vigilância Epidemiológica

Algumas doenças são de interesse de saúde pública por terem necessidade de se estar vigilante quanto a sua disseminação, transmissão, prevenção, controle e tratamento. É o caso das hepatites virais.


O Serviço de Vigilância Epidemiológica do Município precisa ser comunicado por todo profissional (médico, dentista, enfermeiro, bioquímico, etc) que estiver frente a um caso suspeito, para procedimentos de investigação e medidas de controle e prevenção dos comunicantes. A vigilância sanitária pode ser acionada pelos telefones (47) 3642-6377 ou 3642-7775.


Hepatite O que é – É qualquer inflamação do fígado. Pode ser causada por infecções (vírus, bactérias), álcool, medicamentos, drogas, doenças hereditárias (depósitos anormais de ferro, cobre) e doenças autoimunes


Como se adquire – Existem vários tipos de hepatite e a causa difere conforme o tipo:


– Hepatite Viral A : via fecal-oral, ou seja, fezes de pacientes contaminam a água de consumo e os alimentos quando há condições sanitárias insatisfatórias;


– Hepatite Viral B : as relações sexuais e a injeção de drogas ilícitas são as principais preocupações atuais. A aquisição pela transfusão sanguínea   e derivados deixou de ser o principal motivo, desde a implantação dos rigorosos cuidados vigentes nos bancos de sangue e a extinção de pagamento a doadores. O bebê pode adquirir hepatite durante a gestação e na hora do parto quando a mãe tiver o vírus;


Hepatite Viral C: a transfusão de sangue e derivados, a injeção de drogas ilícitas, o contato desprotegido com sangue ou secreções contaminadas são as principais vias. Ocorrem casos de transmissão mãe-bebê na hora do parto. Suspeita-se da via sexual e da aspiração nasal de drogas para explicar uma parte dos 20 a 30% de casos nos quais não se conhece a forma de contaminação. No uso de escova   de dente;


– Hepatite Viral D: é um vírus que só causa doença na presença do vírus da hepatite B. Sua forma de transmissão é a mesma do vírus B;


Hepatite Viral E: fecal-oral, igual à hepatite A. É mais descrita em locais subdesenvolvidos após temporadas de enchentes.


O que se sente e como se desenvolve – No caso das hepatites infecciosas, há um período sem sintomas, chamado de incubação. A duração dessa fase depende do agente causador. Depois, aparecem sintomas semelhantes, por exemplo, a uma gripe, com febre, dores articulares (nas juntas) e de cabeça, náuseas (enjôo), vômitos, falta de apetite e de forças. É comum que a melhora dessas queixas gerais dê lugar ao aparecimento dos sintomas típicos da doença, que são a coloração amarelada da pele e mucosas (icterícia), urina escura (cor de Coca-Cola) e fezes claras. Pode-se notar o aumento do tamanho do fígado, com dor quando se palpa a região abaixo das costelas do lado direito. A duração dessa fase varia de 1 até 4 meses. De forma geral, a hepatite A costuma ter evolução benigna, não deixando seqüelas.


A hepatite B torna-se crônica em até 5% dos casos e a hepatite C em mais de 80%.


Dos indivíduos com hepatite B crônica, 25 a 40% evoluem para cirrose e/ou câncer de fígado, enquanto que na hepatite crônica C, isso ocorre em cerca de 20%.


Como se previne –   As hepatites A e B podem ser prevenidas pelo uso de vacina. A vacina contra Hepatite B   consta do calendário de vacina das crianças e para adultos até 21anos, 11 meses e 29 dias. Para prevenção da hepatite A é importante o uso de água tratada ou fervida, além de seguir recomendações quanto à proibição de banhos em locais com água contaminada e o uso de desinfetantes em piscinas.


A hepatite B também é prevenida da mesma forma que a AIDS, ou seja, usando preservativo nas relações sexuais e não tendo contato com sangue ou secreções de pessoas contaminadas (transfusões de sangue, uso de agulhas e seringas descartáveis não reutilizadas).


A hepatite C é prevenida da mesma forma, porém o risco de contágio sexual não está bem estabelecido.


Trabalhadores da área da saúde (médicos, enfermeiros) devem usar luvas, óculos de proteção e máscara sempre que houver possibilidade de contato (ou respingos) de sangue ou secreções contaminadas com vírus da hepatite B ou C com mucosas ou com lesões de pele